quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bendita rendição


Bendita rendição



Foi o que senti, profundo encantamento, quando te vi.
Assim, sem mais nem menos, sem aviso prévio, me descobri,
À minha revelia, de volta a vida, de novo o sol descortina,
Longas estradas percorridas e tu estavas no meu ponto de partida.

A guerreira invade minha solidão, minha rebelião de estar só.
Vence sem luta alguma, sem permutas, capta o meu peito e toma posse,
Minha bendita rendição torna-me forte, e inalo teu exultante cheiro de amor.
Inebriado, deito minha cabeça no teu colo, e choro baixinho em teu ninho.

Declaro-me enamorado, teu eterno namorado, apaixonado, cativado.
É o fim da busca, da cama solitária, do quarto escuro, do absurdo.
É o início de uma nova e linda paisagem, de noites serenas, uma após a outra, apenas.
Levanto-me da fria cadeira de espera. Tenho que embarcar. O trem azul chegou.


Jorge LCF Lennon

Nenhum comentário:

Postar um comentário