segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E tudo é consumado


E tudo é consumado


Faço,
desfaço,
disfarço,
abraço,
meu cansaço.

Luto,
reluto,
meu luto,
cuido,
descuido,
palavras em jogo,
que sufoco!

Imagino,
atino,
meu desatino,
ato,
desato o nó,
onde está
o pão de ló?

Travo,
entravo,
destravo,
meu caso,
por acaso,
escravo,
do meu cravo,
flor de lótus.

Vigio o pavio,
meu fogo,
terno,
eterno,
fraterno,
prazer do prazer.

Avisto o navio,
pirata,
tiro pela culatra,
sem errata,
embarco,
neste barco,
infernal.

Esvazio o frasco,
resgato,
resguardo,
guardo,
o que é santo,
solto,
louco?

Firo a ferida,

restrita,
corrói,
amarga,
amarra minhas asas,
sangra,
mas sou o liberto.

Danço a música,
surda para os normais,
não uso trocadilho,
nem sigo o trilho,
traçado por alguém,
faço meu próprio destino.

Bebo teu sagrado licor,
amor é sabor,
extraído da dança do ventre,
perfeita entranha,
esplêndida façanha,
pura aliança.

Perto,
desperto,
ainda ereto,
me vergo,
ante tua realeza,
magnífica mulher alteza.

E tudo é consumado.


Jorge LCF Lennon ®

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