Carruagem
É uma tarde
cinzenta, chove lá fora,
piano calado no
canto da sala,
fico em pé junto
à janela,
meu pequeno
jardim
rejuvenesce.
Mesa posta à
espera do chá da combinada hora,
tudo parece em
ordem, não falta mais nada,
exceto a tua chegada,
a mais bela
mulher que
escolhi pra mim,
anoitece.
Badaladas do
relógio me alertam a tua demora,
coloco a culpa no
mau tempo, deve estar ruim a estrada,
vejo então a
carruagem avançar a ruela,
nosso encontro
enfim,
permanece.
Um mensageiro
desce e me entrega antes de ir embora,
uma carta com teu
selo, ainda molhado,
tua letra
desenhada dizia tua recente decisão
de nunca mais me
encontrar pela simples razão
de não me amar.
Recolho meus
restos espalhados pelo chão,
minhas lágrimas se
misturam com as gotas da chuva,
vejo a carruagem
ao longe em seu caminho de volta,
e eu incapaz de
dar algum passo, me planto junto às flores
do meu jardim.
Jorge LCF Lennon
®
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